terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Os professores serão tratados como autoridades da educação?


Em seu discurso de posse, a presidente Dilma Rousseff enfatizou a valorização profissional dos educadores - com remuneração digna e acesso à formação continuada.
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Leia o trecho do discurso abaixo, ou assista ao vídeo da posse:
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"[...] Mas só existirá ensino de qualidade se o professor e a professora forem tratados como as verdadeiras autoridades da Educação, com formação continuada, remuneração adequada e sólido compromisso com a Educação das crianças e dos jovens. Somente com avanço na qualidade de ensino poderemos formar jovens preparados, de fato, para nos conduzir à sociedade da tecnologia e do conhecimento".
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(Dilma Rousseff, 1º de janeiro de 2011)
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A Revista Nova Escola convidou alguns especialistas em Políticas Públicas para discutir quais são os passos necessários para que a educação brasileira avance e os professores sejam mais valorizados. Selecionei a visão de dois professores, confira:
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Carlos Roberto Jamil Cury
Professor da PUC de Minas Gerais e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
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Carlos Roberto Jamil Cury. Foto: Leo Drumond"Com base na origem da palavra autoridade (auctoritas, do verbo augere, que significa fazer crescer, aumentar), podemos dizer que o professor é esta autoridade que media o crescimento do saber do aluno e o acelera ao longo da escolaridade. Essa autoridade fica diminuída ou oculta quando o reconhecimento da mesma fica prejudicado e, portanto, comprometido pela formação precária, pela ausência de um plano de carreira e por salários pouco atrativos. A fala da nossa Presidente revela uma consciência da situação. Só que nem sempre a consciência muda as coisas. É preciso vontade política associada à efetivação da mesma como prioridade.

O passo mais importante será um acerto federativo que vincule Estados, Municípios e União, de modo obrigatório, a estabelecer metas realistas, factíveis e com recursos suficientes. Sem isso, poderemos ter o direito de acesso à Educação, mas continuaremos com precariedade no direito de aprender."
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Dermeval Saviani
Professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e especialista em História da Educação
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Dermeval Saviani. Foto: Carolina Freitas"Precisamos instituir uma carreira para os profissionais da Educação, aumentando significativamente o valor do piso salarial dos professores e estabelecendo a jornada de tempo integral em uma única escola com, no máximo, 50% do tempo em sala de aula para que os professores tenham tempo para preparar aulas, avaliar a aprendizagem dos alunos, relacionar-se com a comunidade, além de participar da elaboração e da implementação do Projeto Político-Pedagógico da escola.
Paralelamente é preciso criar uma rede pública consistente de formação de professores ancorada nas universidades públicas. Isso é indispensável para corrigir uma grande distorção do processo de formação docente no Brasil. Hoje, a maioria dos docentes que atuam nas redes públicas de Educação Básica do país é formada em instituições particulares de ensino superior de qualidade duvidosa. É preciso criar uma rede publica de formação docente em regime de colaboração entre a União e os estados para assegurar o preparo adequado dos professores que irão atuar nas escolas públicas de Educação Básica. Ao mesmo tempo será necessário instituir mecanismos destinados a atrair os jovens mais talentosos para a carreira do magistério.
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Outro ponto importante é a questão do financiamento. É necessário aumentar significativamente e de forma imediata os recursos destinados à Educação. Deve-se evitar a prática usual de diluir a meta de elevação dos gastos ao longo do tempo, geralmente definido em dez anos. Nesse aspecto cabe constatar que, infelizmente, não estamos começando bem. Isso porque a proposta de Plano Nacional de Educação (PNE) enviada pelo MEC ao Congresso Nacional prevê atingir, ao longo dos dez anos de vigência, o índice de 7% do PIB. Ora, essa meta foi fixada no atual PNE aprovado em 2001 para ser atingida em 2010. O aumento de recursos certamente não é uma condição suficiente, mas é, inegavelmente, condição prévia, necessária e indispensável. Esperemos, então, que a presidenta Dilma reverta a meta de 7% enunciada no projeto de PNE e destine para a Educação, já no orçamento de 2012, o índice de 10% do PIB aprovado por unanimidade na Conferência Nacional de Educação (CONAE) no início de abril de 2010. Com essa decisão ela estará tomando uma medida de impacto."
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E vocês, o que acha das promessas da presidente com relação
aos professores?
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P.S. Postagem foi escrita com base na reportagem da Revista Nova Escola 
P.S. As imagens dos professores Carlos Roberto Jamil Cury e Dermaval Saviani
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Foto: Raul Alexandre - br.olhares.com




30 comentários:

Luana Passarinho disse...

Vamos esperar pra vê se acontece.

Flores!

ANTONIO NAHUD disse...

olá, Hugo, estou preparando um post sobre professores no cinema.
Abraços

www.ofalcaomaltes.blogspot.com

Thomas Albuquerque disse...

Espero que sejam bons ventos para nós.. rsr

tem selo rpa você no meu blog.

Emilene Lopes disse...

Que não sejam apenas palavras lançadas ao vento...é só esperar pra ver...

bjs

Mila

Luiz disse...

Enquanto nÃo houver uma valorização desses profissionais , o país não vai se desenvolver. Eu queria estar vivo para ver isso.

Meri Aleixo disse...

Há sempre esperança

meu querido fazia um tempão que você não me visitava
gosto de ti amigo,

abraço Hugo

Diogo Didier disse...

Tbm estou torcendo para que cada palavra dita por ela se torne realidade...

bjoxxxxxxxxxx querido!

Valdeir Almeida disse...

É preciso desenvolver políticas e estratégias eficientes para que professor seja, de fato, autoridade.

Abração, Hugo.

Adriano Berger disse...

Hugo, obrigado pelo convite! É sempre uma satisfação debater em páginas inteligentes e de público maduro como a sua.

Minha discussão acerca da educação vem desde o tempo de faculdade, quando antes de 1999 eu enviei uma carta de repúdio a um artigo na revista Você S.A. onde o autor se mostrava indignado com o baixíssimo salário dos magistrados do poder judiciario do Brasil, que por exercerem cargos de tamanha importância na vida de todos os brasileiros recebiam a bagatela de 19 mil reais por mês, impedindo assim de desempenharem melhor suas funções... Minha carta fazia apenas uma pergunta: diante de sua indignação, qual será sua reação quando eu lhe contar o valor dos salários dos professores da rede de ensino de nosso país, cuja função impacta na vida do mesmo montante de brasileiros?!

A verdade é que o professor perdeu seu status e importância quando passou ser tratado como "despesa" pelo estado, com a mesma insignificância de obras de saneamento básico que não geram reeleição daqui a 4 anos. Vivemos num país sem cultura onde o importante é sobreviver, onde pouco se fala sobre planejamento de vida.

Nossos governantes são tão medíocres que não investem em ações de resultado a longo prazo. Não estou nem um pouco animado com o discurso de Dilma, pois não vejo uma força tarefa para discutir políticas de educação para que se formem pessoas ao invés de apenas alfabetizar. Estão ocupados demais fazendo marketing internacional em busca de uma cadeira melhor na ONU, comprando jatos de guerra e maquiando o RJ para os jogos olímpicos...

Solução para a educação todos nós temos, até Dilma fala bonito no discurso. Mas acha quem tenha força para implantar no governo do faz-de-conta do nosso amado Brasil? Após as eleições diretas para presidente nunca mais teve, e talvez nunca mais terá. Em vão debateremos alternativas. É ter humildade e bater palmas para os argentinos que são infinitamente superiores a nós a esse respeito e nos chamam de "macaquitos" não por causa de nossa cor parda, mas por nossa conduta quase irracional em alguns aspectos fundamentais da vida.

Grande abraço!
Adriano Berger

...EU VOU GRITAR PRA TODO MUNDO OUVIR... disse...

Olá,Hugo!

Como professora aposentada já escutei discursos como esse muitas vezes e não creio nele...apenas palavras bonitas.

Creio que o mal do professor é que ele trabalha por vocação, por gostar,mesmo,do que faz...

Sabe aquela história - O magistério é um sacerdócio? - assim pensam os mestres...

Acontece que a maioria dos sacerdotes vivem como ricos...

Tomara esteja eu errada!!!

Um beijo,mestre!

Sonia Regina.

Mariposa disse...

nossa muito boa a postagem
gostei do seu blog
bjs

mundo azul disse...

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...que assim seja! Infelizmente o nosso ensino está com uma qualidade baixíssima...É preciso uma grande revolução dentro das Escolas... Professores mal pagos, muito mal preparados, alunos cada vez mais sem limites (por que os pais não os colocam)...Enfim...

Gostei muito do seu artigo!

Beijos de luz e o meu carinho...

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conduarte disse...

Olá meu amigo da Bahia. Adoro sua terra. Linda, linda!
Obrigada por visitar meu blog.
Obrigada por prestar serviço, pois todos nós temos que fazer nossa parte, não é?
Você está fazendo a sua.
maravilha! Virei mais aqui, embora minha nova fase esteja me sugando ahahahha, ela é minha neta. To apaixonada.
Um beijo!!
CON

Lê Fernands disse...

só acredito vendo!

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

De discursos já estou farto ... quero ver é ação concreta ... vamos ver como fica desta vez ... não acredito em Duendes, em Papai Noel e nem em Coelhinho da Páscoa ... pagando para ver ...

bjux

;-)

Vinicius.C disse...

Venho agradecer a presença no Alma do Poeta!

Fiquei feliz com seus comentários, saber que aprova o que le é de grande exito para mim!

Espero ve-lo sempre por lá!

Estou seguindo seu blog!

Forte abraço!

Vinicius.C

Daíse Lima disse...

É esperar e torcer pra acontecer!!!
Bjo!

Lucas disse...

Oi Hugo,

Diferente da Sra. aqui de cima, eu sou um professor em formação e eu acredito no futuro.
No entanto, concordo que discursos políticos são recheados de "palavras bonitas".

Mudar a cena da educação brasileira, caso aja a real intenção, será um processo lento. É necessário mudar a mentalidade do país, a infra-estrutura das escolas, o reconhecimento do professor etc. Trabalho para muitas Dilmas, mas que é preciso ser iniciado.

Esperamos que comece o quanto antes.

Abraço,
E muito obrigado pelos comentários lá no "Recorte Abstrato".

Lucas M.

Ana Paula Borges Pereira disse...

Tomara que ela as cumpra. rs

Déia disse...

Rá, duvido q façam algo pelos professores...vou pagar pra ver!
bj

Sandra Gonçalves disse...

Os professores necessitam de serem tratados com respeito não somente por nosos governantes mas tbem pelos alunos que hoje atéos agridem fisicamente.
Vamos esperar pra ver.
Bjos achocolatados

Márcio Ahimsa disse...

Amigo, eu também sou professor de formação. Acredito que deva haver alguma melhora no nosso setor. Não sou atuante devido à questões óbvias. Mas espero atuar em minha que o governo me dê condições de atuar em minha área de formação.

Abraços. Enfim, enquanto não vou ao público ao qual fui formado a atuar, fico aqui na retaguarda escrevendo alguns versos para me acalmar, e sou verso e pranto, um arroubo sem fim.

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Esse é meu pensamento sim. Valor aos educadores. Um abraço

Carolinne disse...

Hum.. Tomara que ela as cumpra né. Vamos esperar para ver no que dá.


Beijos Hugo (:

Sônia disse...

Assim como Fernand's, só acredito vendo!

Hugo adorei o blog, ficou lindo!


Abraço!

Evanir disse...

Olá meu querido ainda tem muitas coisas que pode falar referente a Dilma.
Não sei se é do seu conhecimento um progeto que vai a votação .
Pode ser que vá 600 reais o minimo dos minimos mais caso isso for votado só tera novo aumento de sálario em 2014.
Obrigada anjo amigo pelo carinho da sua visita beijos no coração,Evanir.
http://aviagem1.blogspot.com/

Anônimo disse...

Tanto gasto a toa, tanto desvio de dinheiro, esse pais precisa mesmo mudar de atitude e investir no que realmente vai levar esse país pra frente !! Educação é o futuro !!

Duda Martinez disse...

É só pensar um pouquinho para perceber que nenhuma outra profissão é tão importante quanto a dos professores. Sem eles, não existiriam médicos, advogados, engenheiros, muito menos presidentes por menos estudo que tivesse. E, nos dias de hoje, nenhuma outra profissão está tão desvalorizada quanto a nossa, mestre!
Nossa única esperança é não perder a esperança!

Cora disse...

Hugo, adoro suas reflexões.
Bom, acredito sim que a Dilma de fato pense assim.
Mas para tornar isso realidade levará no mínimo uns 30 anos.
E olhe lá.

Agora, concordo com uma leitora sua quando ela diz:- o magistério e um sacerdócio!
Nós que acreditamos no outro, no país como um todo, que acreditamos na educação, admitimos os salários.
Claro, que não podemos exigir, não temos de quem.
Acredito também que este mal que é trabalho público tem que mudar.
Não podemos mais admitir um profissional incapaz em uma sala com 30,40 crianças.

Estou em uma sala com 36 alunos do 4º ano e pelo menos metade deles são pré-sílabicos.
O que esta bendita alma fez o ano passado inteiro com estas crianças?

Olha sabe tem horas que me revolto com o ser humano.
Aff, fugi do seu tema, mas precisava desabafar.

Adorei as reportagens.
Abraços.

Daniel Savio disse...

Espero que ela cumpra, fato...

Fique com Deus, menino Hugo.
Um abraço.