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Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
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Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
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Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste
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[Carlos Drummond de Andrade]
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33 comentários:
Créditos da imagem:
By Mauricio Mercer
http://br.olhares.com/
Mas tem amores que simplesmente acabam e nós seguimos adiante...
Fique com Deus, menino Hugo.
Um abraço.
Adoro esse poema de CDA.
Bela escolha!
Bjs
Mila Lopes
É Hugo, infelizmente, por algumas circunstâncias da vida, alguma promessas não são cumpridas.
Belo poema escolhido.
Um beijo
Acabamos por despedirmos de pessoas sem ao menos considerações, sei como é difícil, pior quando o fazemos em vida. Adorei o poema! Bjao!
Mais uma vez Drummond a cobrar o porquê da perda.
Muito bom, Hugo.
Bjs no coração!
Nilce
Os poemas do Drummond são sempre especiais e lê-lo enquanto oiço a Bethânea a cantar «Tempo, tempo, tempo» é algo divino.
Grande abraço.
Algumas pessoas entram em nossa vida sem bater na porta, outras saem sem nem bater a porta na nossa cara... rsrs...
Beijo!
É e quando há a ruptura de um pacto, simplesmente não entendemos o por que?
Bjux
que lindo... e hoje é dia de asfixiar a saudade com um abraço!
Difícil qdo quem amamos vai embora.
Nada preenche o vazio que fica.
Bom dia amigo!
beijooo.
A saudade de um amigo, corta o coração como afiada adaga...
deixo-te beijos e tulipas
ai, ai... é tão triste... :(
mas é bonito!
beijo hugo!
Oi Hugo!
Não quis mal aquele que não esperou o relógio completar todas as suas voltas. Não conhecemos os mistérios que os outros, mesmo os que amamos tanto, carregam em seus corações. Perdão, sempre! Um beijo, Deia.
Eu sei que gente grande tem que superar, mas fala a verdade, quem já não teve vontade de mandar este poema pra alguém?
Bs.
Amo os textos do Carlos.
sempre perfeitos.
A loucura é o começo da razão!
Algumas pessoas entram em nossa vida sem bater na porta, outras saem sem nem bater a porta na nossa cara... rsrs... [2]
bjux
;-)
CDA é dos poetas que mais gosto.
"...de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança."
Para um amigo, para um amor, para um sentimento que de alguma forma, foi traído e deixado atônito.
Em seu lugar, saudade.
Só resta continuar.
Um fds de encontros felizes.
Beijos.
Se poesia fosse comprada em um menu como num restaurante, certamente, naquelas horas que ficassemos em dúvida sobre o que pedir, viria a famoso deixa, já clichê:
- Na dúvida, vai de Drummond, ele é básico, combina com tudo!
Fantástico Drummond!
Grato por este momento poético!
A cara do meu texto,eu ameiiiiiiiiiii.
Bela escolha rs.
Obrigado pelo carinho da visita.
Um exelente fds.
Beijokas mil.
Hugo, seja bem vindo por lá! rs Volte mesmo.
Eu também voltarei por aqui.
Como é sempre bom ler Drummond!
Abraço.
Faz parte da vida meu bailarino querido. Leve consigo sempre o que as pessoas deixam de bom...
Hoje foi cansativo!
Deixo-te meu beijo especial e obrigada por teu carinho em meus espaços. Adoro imenso tua palavra e tua presença.
Olá,Hugo!Não conhecia esse poema do CDA, nossa ausência dói demais no peito, mexo com a gente é uma ferida daquelas difícil de cicatrizar,mas as vezes o que nos resta é seguir em frente e deixar a dor da ausência ser curada pelo tempo.
Um ótimo final de semana!
beijoss
...e somos feitos de tantas
saudades!
algumas tão profundas,
outras mais leves,
mas sempre saudades.
bjinhu, lindo!
não dá para ficar ausente do seu blog!
Drumond é incrível. Porém, ao contrário do que parece, acredito que referia-se à partida definitiva de alguém cuja vida encerrou-se sem aviso prévio... No final, "nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste", Drumond parece remoer de desgosto por jamais poder saber o motivo dessa despedida. E transformou sua angústia num desabafo...
Grande texto, Hugo! Espero que não esteja refletindo o seu sentimento interior.
Forte abraço,
Adriano Berger
Nossa, Mestre Carlos Drumond de Andrade falou e disse. Adorei ver a imagem de Alladin lá embaixo.. talvez eu copie-a pra mim! *o*
~Até a próxima.
P.S: Você posta muito! Quase todo dia. Tô impressionado.
*DB*
Que bom que temos esses que apoiam as nossas loucuras do dia a dia e podem compartilhar com seu trabalho a dor que vivemos algumas vezes na vida...
Abraços
Walter
bonito texto
escreve muito bem amei muito beijos na alma
Que lindo!
Não conhecia esse de Drummond...
Divo da poesia.
=***
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A amizade é o elo mais forte
Que liga duas pessoas ao mundo
Deixo meu carinho e minha amizade
Em seu coração
Oi Hugo! As promessas existem para nos lembrarmos de que assumimos compromissos com mais alguém. Ao quebrá-las, seria bom se, ao menos, nos explicássemos com aquele que confiou em nossa dedicação... Um beijo, Água.
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