sábado, 15 de novembro de 2008

Tom Jobim


A história é conhecida. O garçom do bar Veloso, em Ipanema, chega esbaforido até a mesa e avisa: tem um gringo no telefone. Alguns dias depois, Tom Jobim está nos Estados Unidos, longe dos os amigos e das praias do Rio de Janeiro, gravando com aquele que é considerado o maior cantor do planeta, fã inconteste do talento do brasileiro: Frank Sinatra.Quando Sinatra, já no estúdio, elogiava entusiasmado a bela e sutil melodia de "Dindi", naquele ano de 1967, estava reverenciando um mestre. Tom Jobim foi um dos maiores criadores de canções que o Brasil já teve e por essa razão Sinatra convidou-o para gravarem juntos.A qualidade do compositor de "Desafinado" (com Newton Mendonça) foi imediatamente reconhecida nos Estados Unidos, desde o surgimento da bossa nova, em 1958.

Reconhecimento gradativo


No Brasil, o reconhecimento do talento de Antônio Carlos Jobim foi lento e gradativo, passando por vários percalços, que iam da simples ignorância e preconceito de críticos e jornalistas, a acusações de plagiário e deturpador da música brasileira mais "autêntica", o samba. "Carrego nas costas a cangalha de fazer música brasileira e ficam me acusando de querer ser estrangeiro", reclamou na época Tom Jobim.Se "Wave" é tema da novela das oito ("Páginas da Vida"), isso mostra que a obra do maestro tem hoje uma projeção nacional que nunca teve antes. Tom Jobim morreu em 8 de dezembro de 1994. Ao longo dos anos que se passaram após sua morte, são incontáveis as gravações, homenagens, shows, programas especiais de rádio e TV e concertos que aconteceram para celebrar o autor de "Garota de Ipanema" (com Vinicius de Moraes).


Características da música de Tom Jobim


A música de Tom Jobim não é fácil. Os elementos que a constituem, melodia, harmonia e ritmo, são sempre elaborados, mas nunca cerebrais. A melodia da canção parece estar sempre bem aconchegada nos acordes dissonantes e nas sutilezas rítmicas que o maestro construiu, alimentado por influências tão díspares como os franceses Chopin e Debussy, jazzistas americanos e, principalmente, nomes fundamentais da música brasileira como Villa-Lobos, Pixinguinha, Ary Barroso, Radamés Gnatalli e Dorival Caymmi.


Ritmo brasileiro


Em suas muitas viagens aos Estados Unidos, Tom gravou vários discos. Apesar de trabalhar com músicos americanos e arranjadores famosos, como Nelson Riddle e Claus Ogerman, ele fazia questão de contar com uma "cozinha" brasileira", que é a seção rítmica. O baterista, principalmente, devia ser brasileiro.Os músicos brasileiros sempre foram prestigiados pelo mestre: "Que assombro ver um país musical como o nosso, mas onde os músicos não conseguem viver dignamente", ele dizia, referindo-se, evidentemente, a questões financeiras.As inovações da música de Tom Jobim não se limitavam ao acompanhamento, harmonização e ritmo. Tom compunha com sofisticação e despojamento. Com genial simplicidade, construída a partir de minúcias e detalhes. Como em "Sabiá" (com Chico Buarque) e "Águas de Março", além de dezenas de outras obras-primas, que incluem peças eruditas e trilhas para filmes.Os americanos não foram atraídos por nenhum exotismo, como aconteceu com Carmen Miranda. Eles ficaram encantados com aquela nova música, moderna, inspirada, bem construída. Brasileira, que se espalhou e influenciou o mundo inteiro.

*Baseado no Artigo de_____Gilberto Gasparetto.

11 comentários:

neli araujo disse...

Oi, Hugo!

Obrigada pelas visitas!

Muito bom este Post!Parabéns!

Ótima homenagem a este incrível maestro!

Eu adoro Tom Jobim!

Um abração, e tenha um ótimo final de semana!

neli araujo

Marta Vinhais disse...

Olá, texto interessante sobre Tom Jobim...
Obrigada pela visita...
Espero que voltes...

Beijos e abraços
Marta

Serginho Tavares disse...

ele fez a música brasileira ser o que é no mundo
todos devem a ele
adoro

Fernanda Magalhães disse...

Que bom gosto, hein?

Parabens.

Bjos no coração!

[Farelos e Sílabas] disse...

...

Ah, esse Rio de Tom, tão janeiro e tão Jobim!

Não tem como não reverenciá-lo quando estou em Ipanema, brisa me seduzindo entre os braços e o convite pra olhar o sol, o mar e o restante do cenário.

Sem backstages!

É sempre bom vir aqui e te AGRADECER, amigo!

Beijo, rapaz!

...

:.tossan® disse...

Hugo, vc é que é o cara! Uma postagem rica e histórica como esta só posso agradecer. Eu sou fã deste maestro e criador da Bossa Nova. Abraço

Mello disse...

Olá Hugo!

Bonita homenagem a Tom Jobim!

Vejo que o Brasil é parecido a Portugal também não reconhece logo os talentos do seu povo... É pena!

Adorei o texto, você escreve muito bem!

Beijinhos,

Graça Mello

Germano Viana Xavier disse...

Saudações, meu caro.

Venho agradecer tua presença lá no Clube de Carteado, ontem. E desejar uma amizade em letras cada vez mais positiva.

Um abraço forte.
Continuemos...

FERNANDA-ASTROFLAX disse...

Olá Hugo... linda postagem, votos de bom Domingo... Beijinhos de carinho,
Fernandinha

Cris Animal disse...

Valeu pela aterrisagem no blog.....rs
É Hugo, Tom escreveu uma história à parte na nossa música e escreveu SOZINHO; ou melhor acompanhado do seu talento que foi mesmo negado no início entre os brasileiros. Impressionante, como nosso povo têm a dificuldade de reconhecer o que é bom e dar parestígio à quem sabe realmente fazer bem feito.
Tom foi muito mais exaltado fora do país do que aqui. Acho que muitas vezes falta aos críticos e ao nosso próprio povo a humildade e a capacidade de sair da mesmice e perceber o que vale à pena de verdade.
Legal o blog.....gostei....
beijo...........Cris Animal

Maria Dias disse...

Bela e justa homenagem a este mostro sagrado da música brasileira.E é nestas horas q dá orgulho de ser brasileiro...

Beijinho

Maria Dias