domingo, 26 de outubro de 2008

Candomblé

Inicialmente referido a certo tipo de dança, o Candomblé passou a significar também a própria cerimônia religiosa dos negros afro-brasileiros, assim como o próprio local em que se realiza. Enquanto ligado às fontes africanas, de cujo meio provieram os escravos, considera-se um espaço de resistência cultural. Seus praticantes julgam-se depositários, mantenedores e perpetuadores de uma tradição, herdada das várias nações africanas, que procuram reproduzir com fidelidade.
Tem-se daí, nações e rituais sudaneses-jeje (daomeanos), nagô (ioruba e compostos), bantos (angola, congo e compostos), além dos candomblés de caboclo, nos quais os orixás são representados por entidades caboclas ou espíritos de chefes e guerrreiros indígenas brasileiros considerados evoluídos. Há também a adoção da Linha das Almas, dominada pelos espíritos dos negros (pretos velhos) considerados de grande sabedoria (Pai Joaquim, Vó Catarina, Pai João e outros), principalmente no trato com ervas. Essas entidades, encarnações nos cavalos (fiéis possuídos), dão orientação para a solução de problemas do dia-a-dia.


O candomblé envolve uma complexa organização de crenças e rituais. Os cultos, em torno de uma ordem de orixás e divindades intermediárias, realizam-se em terreiros, cada um deles formado por vários cômodos. Num deles realizam-se danças públicas dos fiéis, possuídos por suas divindades. Um outro é o peji, onde orixás estão assentados e em que só entram os iniciados ou pessoas em certas condições de pureza. As cerimônias, abertas ao público, realizam-se noite adentro, acompanhadas de instrumentos de percussão: atabaque, agogô, adjá, caxixi, ajê, xaque-xaque, tambores de vários tamanhos. Segundo o orixá homenageado, matam-se animais (cabrito, galinha) e algumas das suas partes são preparadas e oferecidas no assentamento do orixá. Esta oferenda é o padê de Exu, entidade considerada mensageira dos orixás e que pode impedir influências perturbadoras no desenrolar da cerimônia: cantos e músicas invocativas das divindades e depois a dança, com roupas apropriadas.

Uma das características fundamentais do candomblé é o longo processo de iniciação. Inclui a lavagem de contas (o colar lavado pelo chefe do terreiro nas cores do orixá do iniciado) e o bori, que significa dar de comer à cabeça, para fortalecer a pessoa e colocá-la em contato mais estreito com o mundo sagrado. Depois de ter a cabeça lavada com sangue de animal de duas patas, essa pessoa, com colar lavado e o bori, é chamada abiã. Há um primeiro grau de iniciação, após o qual ela se torna iaô. Depois de cumprir de um a sete anos de obrigações, passa-se à categoria de eboni. O posto mais alto na hierarquia do candomblé é ocupado pelo pai-de-santo ou babalorixá; quando mulher é a mãe-de-santo ou ialorixá. Em seguida vêm a iiá kerere (segunda sacerdotisa), os ogans (sempre homens, os protetores do terreiro), o alabê (que toca e dirige os atabaques) e, entre outros, a sidadã, encarregada do padê de Exu.
Candomblé: Religião e culto de origem africana praticado no Brasil, mais intensamente na Bahia, desde a escravidão. (Equivale à macumba, no Rio de Janeiro e São Paulo; xangô, catimbó e toré, no Nordeste; babaçuê e batuque, no Pará; pajelança, no Amazonas; e tambor de mina, no Maranhão.

9 comentários:

Serginho Tavares disse...

eu acho linda a cerimônia do candomblé
e gostei do layout novo
é sempre bom mudar

beijos

Fernanda Magalhães disse...

Salve salve simpatia!!!

Bom dia e uma semana iluminada pra vc...


Passa la no meu cantinho e pega os seus mimos.

Bjos de luz!

Pelos caminhos da vida. disse...

Passei por aqui!

Bom dia.

Tem post novo lá.

beijooo.

Mello disse...

Olá Hugo!

Não conhecia a cerimónia religiosa
do candomblé, mas através do teu post fiquei bem informada. Obrigada!

Beijinhos,

Graça Mello

Anônimo disse...

Não gosto muito do candomblé!
Amigo obrigado pela visita!

RENATA CORDEIRO disse...

Hugo;
Você me deu uma aula sobre candomblé. Algumas coisas eu sabia, através da umbanda que, segundo o seu texto, é sinônimo de candomblé. Quando tinha de 16 a 18 anos, a família de uma amiga minha do colégio praticava a umbando, e eu freqüentei muitos terreiros.
Ótimo post, Hugo, como sempre.
Passe no meu Blog, pois fiz a resenha do filme "Uma relação porno gráfica". Aguardo você.
Beijos, querido,
Renata

L. disse...

Ei Hugo,
Gostei bastante do seu texto, pois eu me intereço pelas diversas religiões, e sempre tive várias curiosidades sobre o candomblé. E você me exclareceu algumas!
Obrigada pela passada la no blog, viu! Volte sempre!
E você também ja está linkado no nosso!

Super beijo!

Glayce Santos disse...

Olá, agraceço a visita e o elogio...rs
Obrigada tb pelo link! Linkei tb!


Ótimo Blog. Vc escreve bem e analisa bem seus personagens...

Ótima Semana

f@ disse...

Embora já tivesse uma vaga ideia ...não conhecia de todo... rituais carregados de um misticismo que nos deixa a reflectir...
Beijinhos das nuvens