domingo, 2 de maio de 2010

Para onde foi o professor?


Naquela tarde, o burburinho era grande na sala dos professores. A agitação podia ser notada até mesmo no corredor, onde alguns conversavam em pequenos grupos. Lá dentro, a atmosfera era de suspense. Qual seria a resposta do diretor depois das tentativas junto ao sindicato?
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A história, num rápido relato, era a seguinte. Diante da perda de alunos que se verificava por anos seguidos, a nova direção da escola havia proposto aos seus funcionários, professores inclusos, um novo plano de remuneração. A medida tinha vários objetivos: reduzir os custos fixos, melhorar a remuneração média dos professores, atrair talentos e conceder a devida recompensa e reconhecimento aos mais competentes. Tudo estava perfeitamente alinhado ao novo plano estratégico, recém-elaborado pelas lideranças, com ampla participação dos profissionais. Ao mesmo tempo que se pretendia fornecer oxigênio á instituição, a nova política seria o ponto de partida para a melhoria da qualidade dos serviços prestados. A estratégia era simples: atrair e manter profissionais de melhor qualificação, formando uma equipe mais competente, bem remunerada e focada nos resultados. O tema havia sido amplamente conversado com todos e obtido engajamento da grande maioria. Diante do exposto, a direção partiu para os trâmites burocráticos, um deles a “bênção” dos sindicatos. No primeiro, o dos auxiliares de administração, a coisa havia caminhado bem e rapidamente o acordo foi fechado. No dos professores, entretanto, a situação emperra. A mudança de paradigmas e a quebra de corporativismo – apoiados numa premissa ultrapassada, onde todos devem ser recompensados igualmente, embora apresentem resultados diferentes – fizeram com que o acordo não vingasse. E foi essa resposta que o diretor, pouco depois de entrar na dos professores, comunicou ao grupo.
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Ao dar por encerrada a reunião a uma equipe frustrada, dois do melhores profissionais da casa dirigiram-se ao diretor. Comunicaram que não mais fariam parte do grupo, pois haviam recebido uma proposta de trabalho em uma grande empresa. Fariam parte do “time”de instrutores da sua universidade corporativa. Lá recebiam um tratamento mais adequado aos novos tempos: jornada regular de 40 horas semanais e, além do salário, um bom plano de carreira; bonificação mensal por atingir metas; previdência complementar e distribuição de resultados – além dos demais benefícios de praxe, como formação permanente, seguro-saúde e vale-alimentação.
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E ainda tem gente que se pergunta por que cargas d’água o segmento educacional não consegue atrair e manter os melhores talentos
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Escrito por : Marcos Freitas
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30 comentários:

SAM disse...

Uma excelente crônica, amigo. E não me pergunto, porque sei a resposta e lamento, sinceramente...


Carinhoso beijo e excemete domingo!

Ana Carolina disse...

adorei o blog,
já estou seguindo :D

beiijo

ANGELICA LINS disse...

Bem interessante!
Abraços e ótima semana.

ANGELICA LINS disse...

Bem interessante!
Abraços e ótima semana.

Anônimo disse...

Eu sou professora amado, eu entendo perfeitamente a sua postagem.
Parabéns viu!!!
Beijos meu lindo já estava com saudades.

Osvaldo disse...

Caro amigo Hugo;

Infelismente o valor do professor tem vindo a se extinguir e a perder a notoriedade de respeitabilidade que tinha em tempos ainda recentes...
Com a perda destes grandes obreiros da educação, é a cultura em geral que será enterrada a jamais.
Um abraço, caro Hugo.
Osvaldo

(CARLOS - MENINO BEIJA - FLOR) disse...

Sem palavras,né amigo?Duro, mas verdade. Um abraço e ótima semana

Wanderley Elian Lima disse...

Lamentável Hugo, a valorização do professor bem como de todos os profissionais em edecação, está cada vez mais difícil.
Bjux

Xanele disse...

Difícil muito difícil...

beijos Xan

Elaine Barnes disse...

Anos de luta e de idéias para reformular e quando aparece algo ideal, não vinga! Acho que realmente não interessa para as autoridades investir na educação,pois, creio que para eles que não tem nenhuma, não mudaria nada,pois,para aprovar uma boa ideia e remunerar quem merece seria preciso que os filhos deles se submetessem as escolas públicas e isso seria o fim do mundo para eles . rs.. Montão de bjs e abraços

Minhas Pinturas disse...

Já fui professora de arte e compreendo-o perfeitamente.
beijos, Léah

Unknown disse...

Prezado
Boa noite!
Legal seu blog.
Abcs
Alexandre Taleb
Consultor de Imagem
Blog: http://ataleb.wordpress.com/

Everson Russo disse...

É complicado,,,penso que os professores deveriam ser a classe mais valorizada, pois deles dependem o futuro da nação...abraços amigo,,,tenha umbelissim dia de paz.

Vilma disse...

Moro com uma tia que é professora e tudo o que posso dizer que se algo não mudar logo ser professor é suicidio rsrs ainda bem que logo ela aposenta

abraços

Majoli disse...

Infelizmente é desse jeitinho que Marcos Freitas disse, o que é uma pena.

Hugo, vem comer um pedaço de bolo e tomar uma taça de champagne comigo lá no Rabiscos, é o primeiro ano de vida do meu blog, você não pode faltar.

Beijos com carinho.

Sempre Que Penso... disse...

Tá ótimo, adorei!!!!!Me pareceu um grande alerta ao bom profisinal que possa está se prendendo a isntitições que não o valorizam como merecem, por amor a profissão por exemplo...

__________*
Não acho que alguém que recebe um cometário sem maldade e tem certeza que isso é um recado precise de algum tipo de defesa... rs!!!

"Só gente chata tem um blog e fica pedindo pros leitores se apresentarem ou pra aumentarem listas do que gente chata faz!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk"

Fui eu quem disse isso, e aliás, bem falei que era brincadeira...

Bajum'

:D

Abraão Vitoriano disse...

sua escolhas
minhas também são
por isso, cá respiro
e adoro...

fica com Deus,
do menino-homem

Dalva Nascimento disse...

Minha filha é professora, e esse problema é geral. E lamentável!

Bjs.

Arsênico disse...

Infelizmente... novamente eu digo::: Isso é Brasil amigo!!!

Parece que neste país o que mais deveria ser melhorado é o que menos recebe incentivo!!!

***

:D

Hod disse...

Olá Hugo, sua indignação procede, e penso que o grito tem que ser bem maior.
Amaioria sabe que é falta de vontade politica.
E no horizonte a curto prazo não existe nada realmetne concreto para mudar o quadro atual.

Forte abraço amigo.

Hod.

... disse...

Eu venho de uma família de professores e te digo que esse texto está muito adequado... hehe! Valeu, Hugo!!! Abraços pra vc!!!

Poeta Mauro Rocha disse...

Espero que o professor tenha ido a sala de aula, estamos precisando!!

Um abraço!!

Graça Pereira disse...

Infelizmente acontece assim por todo o lado... Os professores estão ganhando descrédito em todos os sectores...quando ainda há bem pouco tempo, era uma classe respeitada e razoávelmente paga, aqui em Portugal.
Agora, entrou-se num descalabro total e, qualquer dia não teremos mais docentes para leccionar as nossas crianças...
Beijo e bom fds.
Graça

Pelos caminhos da vida. disse...

Profissão Mãe.


Uma mulher chamada Ana foi renovar sua carteira de motorista.
Pediram-lhe para informar qual era sua profissão.
Ela hesitou, sem saber como se classificar.

"O que eu pergunto é se tem algum trabalho", insistiu o funcionário.
"Claro que tenho um trabalho" exclamou Ana. "Sou mãe!"

"Nós não consideramos mãe um trabalho. Vou colocar dona de casa", disse o funcionário friamente.

Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica. A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante.

"Qual é a sua ocupação?" perguntou.
Não sei o que me fez dizer isto. As palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: "Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas."

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar pra o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem.
Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.

Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.

"Posso perguntar" disse-me ela com novo interesse "o que faz exatamente?"

Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: "Desenvolvo um programa de longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa).
Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas).
Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?).
O grau de exigência é a nível de 14 horas por dia (para não dizer 24)"

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária, que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente abriu-me a porta.

Quando cheguei em casa, com o título da minha carreira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com

Do andar de cima, pude ouvir meu novo experimento - um bebê de seis meses - testando uma nova tonalidade de voz.
Senti-me triunfante!

Maternidade... que carreira gloriosa!

Assim, as avós deviam ser chamadas Doutora-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas, as bisavós Doutora-Executiva-Sênior em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas e as tias Doutora-Assistente.

Uma homenagem carinhosa a todas as mulheres, mães, esposas, amigas, companheiras, Doutoras na Arte de Fazer a Vida Melhor!

(Marcelo Dias).

beijooo.

Poeta Mauro Rocha disse...

Feliz dia das mães e peço emprestado esse poema do nosso poeta maior e faço essa homenagem:


Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

Unknown disse...

Pra quem é professor, o entendimento pleno!
rs
Texto mais do que bacana!
Abração

A Madrasta Má disse...

Os professores não são valorizados como deveriam e em escolas particulares perdem toda a autonomia, o que tbém está ocorrendo nas escolas públicas, hj todo aluno passa...affffffffff
Bjinhos da Madrasta!


PS.: Desculpe a demora em vir aqui, está tudo bem, aquele post foi uma gotinha de nostalgia!

Unknown disse...

Que o sistema educacional não funciona porque os professores não são bem estruturados e remunerados, ja sabemos.
Mas, acontece de existir professores que "acreditam" na eduação pública não receberem um pingo de consideração dos alunos.

Mandy disse...

Ótimo texto! Como sempre né!
E realmente o professor não tem valor, ainda há muitos obstáculos a serem vencidos para o bem dessa profissão.

xoxo

Daniel Savio disse...

Cara, tudo tem de evoluir, pois quem não o faz, acaba sendo extinto...

Pena que o ramo da educação seja vital e por isso deveria ser mais de rever os conceitos, mas não o é.

Fique com Deus, menino Hugo.
Um abraço.