quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O Futuro


O futuro é considerado a dimensão depositária do sentido do agir; se é representado como o tempo estratégico na definição de si, o veículo pelo qual, em direta ligação com o passado, a narração biográfica toma forma, o diferimento da recompensa pode, então, ser aceito. Nessa perspectiva, o futuro é o espaço para a construção de um projeto de vida e, ao mesmo tempo, para a definição de si: projetando que coisa se fará no futuro, projeta-se também, paralelamente, quem se será. Em suma, a perspectiva biográfica à qual remete o diferimento das recompensas implica a presença de um horizonte temporal estendido, uma grande capacidade de autocontrole, uma conduta de vida para a qual a programação do tempo se torna crucial. O tempo cotidiano é cuidadosamente investido e desfrutado de modo análogo ao dinheiro; é programado, e seu uso, racionalizado.
Esse mecanismo é ainda considerado evidente, e as novas condições temporais do agir, mesmo que freqüentemente evocadas pelo discurso comum e também pela comunicação da mídia, muitas vezes não são adequadamente discutidas na reflexão sobre as construções biográficas juvenis. É necessário interrogar, por exemplo, se e em que medida a relação entre projeto, tempo biográfico e identidade, que o diferimento das recompensas pressupõe, pode ainda ser considerada válida em um clima social como o contemporâneo, no qual o componente de incerteza tende a dominar e onde fermentam as vivências contingentes. Com efeito, quando a incerteza aumenta para além de certo limiar e se associa não apenas com a idéia de futuro, mas com a própria realidade cotidiana, pondo em causa a dimensão do que é considerado óbvio, então o “projeto de vida” tem seu próprio fundamento subtraído. Além disso, quando a mudança, como ocorre em nossos dias, é extraordinariamente acelerada, e o dinamismo e a capacidade de performance são imperativos, quando o imediatismo é um parâmetro para avaliar a qualidade de uma ação, investir num futuro a longo prazo acaba parecendo tão pouco sensato quanto adiar a satisfação. Mais do que renunciar às recompensas que o presente pode oferecer, convém então estar treinado para “aproveitar o instante”, para não fechar a porta ao imprevisto, dispor-se mentalmente em termos positivos com relação a uma indeterminação carregada de potencialidade.



*Texto produzido por______HSLO com base no artigo “Por um novo significado do futuro” – de Carmen Leccardi.


*A idéia de escrever sobre o futuro foi de um desconhecido amigo...rsrs! Valeu viu!



*Pensamentos:


"O futuro têm muitos nomes. Para os incapazes o inalcançável, para os medrosos o desconhecido, para os valentes a oportunidade." (Victor Hugo)


"O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus sonhos."
(Eleanor Roosevelt)


“Se hoje as coisas são assim, é porque um dia as quis. Se amanhã será diferente, é porque hoje as quero. Somos nós mesmos que escolhemos nosso caminho. Fomos nós que fizemos o nosso passado. E nosso Futuro, só depende de nós.”
(Paloma Duarte)

Um comentário:

Anônimo disse...

Aredito que o futuro deve ocorrer por ele memso, com a sábia ação do tempo e direcionamento de Deus. Tentar prevÊ-lo ou antecipá-lo é esbaforimento...não contribui para a felicidade, penso.