quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dilma suspende 'kit gay' após protesto da bancada evangélica


A presidente Dilma Rousseff determinou nesta terça-feira a suspensão da produção e distribuição do kit anti-homofobia em planejamento no Ministério da Educação, e definiu que todo material do governo que se refira a "costumes" passe por uma consulta aos setores interessados da sociedade antes de serem publicados ou divulgados.
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Segundo o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral), Dilma considerou o material do MEC "inadequado" e o vídeo "impróprio para seu objetivo".
.A manifestação ocorreu na esteira de uma reunião de Carvalho com a bancada evangélica da Câmara. O grupo de parlamentares chegou a ameaçar o governo com obstrução da pauta no Congresso, colaborar com assinaturas para convocar o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) a se explicar sobre sua evolução patrimonial e propor uma CPI para investigar o MEC.
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Ontem, no plenário, o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) chegou a pedir a demissão do ministro da Educação, Fernando Haddad. Na semana passada, o mesmo Garotinho, que é vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que a bancada evangélica, composta por 74 deputados, não votaria "nada", nenhum projeto na Câmara, até que o governo recolhesse os vídeos anti-homofobia.
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Mesmo depois das declarações do Planalto, Gilberto Carvalho afirmou que não há "toma lá, dá cá" entre o governo e a bancada evangélica na questão do kit e da convocação de Palocci.
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O MEC nega que o kit e os vídeos que vazaram na internet tenham sido aprovados pelo ministério. Eles teriam sido produzidos por ONGs que prestam serviços à pasta e estariam em avaliação.
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Os deputados da bancada evangélica afirmam que os vídeos e a cartilha anti-homofobia "são um estímulo ao homossexualismo".
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"Mostramos ao ministro Gilberto Carvalho que é virulenta a maneira como o material está sendo aplicado", disse o ex-governador do Rio.
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No Twitter, secretária do MEC critica veto a 'kit anti-homofobia
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A decisão da presidente Dilma Rousseff de suspender a distribuição de vídeos contra a homofobia a escolas públicas já gera críticas dentro do governo. 
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Há cerca de uma hora, ao comentar a decisão em seu Twitter, a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Lacerda, afirmou: "Tempo das trevas!".
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O post que ela comentava dizia: "Governo recua do kit anti-homofobia para poupar [Antonio] Palocci. Enquanto o patrimônio dele sobe, o do PT cai". A Folha revelou há 10 dias que o ministro da Casa Civil aumentou em 20 vezes seu patrimônio nos últimos quatro anos e adquiriu dois imóveis, por meio da empresa Projeto, no valor R$ 7,5 milhões.
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O ministro Fernando Haddad (Educação) está em viagem no Ceará e ainda não falou sobre o tema.
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Na semana passada, ele disse que ouviria parlamentares da bancada religiosa sobre os vídeos, mas defendeu a iniciativa do MEC de distribuir os vídeos.
."Nós continuaremos na nossa política de combate ao preconceito, combate a qualquer forma de preconceito --é bom frisar--, para que as pessoas tenham um ambiente acolhedor na escola pública e que lhes permita aprender, se desenvolver como cidadãos, sem nenhuma distinção de nenhuma natureza", afirmou ao programa "Bom Dia Ministro".
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Fonte: Diversidade Tucana
Fotos: encontradas aqui  e aqui
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7 comentários:

Flor de Lótus disse...

Oi,Hugo!Será mesmo que esse kit iria fazer alguma diferença significativa, acho uqe para as coisas aconteceram de fato é preciso que eduquemos as nossas crianças para que desde cedo elas já não sejam preconceituosas.Porque depois pode ser tarde demais.
Beijosss

Minhas Pinturas disse...

È revoltante saber dessas sujeiras dos politicos, me desespera pensar que isto não acaba nunca, esta corrupção esta ganância. Desde quando o homosexualismo é uma questão de ser estimulado?!
Não é por ignorância que eles, os politicos, assim falam ou agem, não só por ignorância, mas por ganância, imoralidade, corrupção.
Não tenho nem vontade de ouvir noticiários, e fico desestimulada na hora de votar, pois tenho sempre que buscar qual o menos pior, e nunca acerto, pois na verdade são todos iguais.
Beijos, Léah

Cora disse...

De fato não está na hora!
Não digo isso simples assim...mas chguei a esta conclusão depois de ver tanta gente homofóbica espalhando aos quatro cantos sua ideias preconceituosas!
A sociedade não está preparada para "aceitar" tamanha divulgação!
*((

Digo isso tristemente!

Emilene Lopes disse...

Acho que o preconceito está dentro de nós, se me amo e me aceito como sou não preciso da aprovação dos outros para viver. Quanto a violência acho que muitas providências devem ser tomado. Homosexualismo não é questão de educação, não é materia na escola, é uma forma de comportamento que com o tempo e com as determinadas providências sobre o preconceito(no quesito violência)será resolvida...
Bjsss

Diogo Didier disse...

É lamentável! Mais uma vez essa bancada evangélica, detentora da "moral" e dos "bons costumes" se coloca na frente da luta por um país mais justo e tolerante.

Muito me surpreende a nossa "presidenta" acatar tal posicionamento. Será que não está claro que há uma LATENTE necessidade de educar as nossas crianças quanto à homossexualidade? Até quando o Brasil continuará com esse discurso preconceituoso, disfarçado de moralismo, para justificar a exclusão dos gays?

O atraso mental, humanístico e, sobretudo social, manifesta-se nesses momentos. São com exemplos desse tipo que a nação percebe como o país está aquém das grandes nações do mundo. Não só com relação aos gays , mas também com todos os outros temas que atingem as minorias.

Não tenho NADA contra os evangélicos. Até respeito a opinião deles quando se refere a homossexualidade. Entretanto, quando o discurso dessa instituição passa a interferir na aqisição dos direitos de outros seres humanos, então passa a ser algo violento e, muitas vezes, terrorista.

O kit, ou qualquer outra forma educacional que seja instalada nas escolas, não vai ensinar as nossas crianças a se tornarem homossexuais. Será que isso não está claro? O kit é uma pequena tentativa de conter os altos indices de violência cometidos contra os gays, educando os individuos enquanto ainda há tempo.

Enquanto a homossexualidade não for colocada dentro da esfera escolar, no intuito de DESCONTRUIR essa visão pejorativa que paira sobre ela, o Brasil não sanará as feridas abertas que torturam os corpos de muitos gays pelo país.

Bjoxxxxxxxxxxxxxx meu amigo!

Anônimo disse...

Tempo de trevas mesmo...enquanto o governo não levar a luz da boa educação e da informação para a transformação e formação de cidadãos, esse pais vai continuar assim, a caminho do fundamentalismo...o Estado tem que ser laico !

Adriano Berger disse...

Hugo, acho que a decisão não trata de pressão da parte dos evangélicos, que vão acabar virando bodes espiatórios dessa decisão de Dilma. Eu particularmente faço as seguintes considerações:

1 - Posso abominar o pecado ao mesmo tempo em que perdoo e convivo respeitosamente com o pecador;
2 - Posso ser contra o celibato e ser amigo de um padre;
3 - Posso ser contra a maconha e ter amigo maconheiro;
4 - Posso ser contra o assassinato e perdoar e conviver com um assassino;
5 - Posso não aceitar a corrupção e ser um servidor público trabalhando ao lado de um profissional corrupto
6 - Posso não apoiar o homossexualismo e ao mesmo tempo tolerar e ser amigo de um homossexual.

Percebe o quanto é sutil a diferença entre "aceitar" e "tolerar"?

O governo não pode forçar ninguém a aceitar o homossexualismo, mas deve obrigar a tolerância com o mesmo rigor com que investe na luta contra o preconceito racial.

E nesse sentido, o material apresentado pelo MEC está longe de ser um material útil de fato para a causa homossexual.

Assim, respeita-se a opção de vida do homossexual e respeita-se também a opinião de quem não apóia essa forma de vida. O respeito de um pelo outro é o bastante, e isso é o que deve ser estimulado, nada mais.

Forte abraço!
Adriano Berger